A
Nova Jerusalém (Apocalipse
21:1 - 22:5)
A
última visão do livro mostra o estado exaltado dos servos fiéis na gloriosa
presença de Deus. Como nas cenas de julgamento nos capítulos anteriores e,
considerando os limites de tempo do cumprimento no início e no fim do livro,
acredito que esta cena descreve, no seu sentido primário, a vitória dos
perseguidos daquela época, e a bênção de descansar na proteção divina.
Mas, como a cena do julgamento diante do grande trono branco prefigura o
julgamento final, esta cena da exaltação dos vencedores prefigura a glória
eterna de todos os vencedores.
A Chegada de Uma Nova Ordem (21:1-8)
João
continua descrevendo as suas visões, e obviamente continua usando linguagem
simbólica. Ele não viu uma cidade literalmente vestida de noiva (21:2), mas
viu mais uma cena que simboliza o estado vitorioso dos fiéis e a bênção da
presença e proteção de Deus. Os contrastes, também, continuam. A Babilônia
foi uma cidade terrestre que caiu; a nova Jerusalém é uma cidade celestial que
nunca será destruída. A Babilônia foi vista como uma meretriz decadente
vestida em roupas que representavam a sua impureza e carnalidade; a nova Jerusalém
é uma noiva, vestida em roupas que demonstram a sua pureza e espiritualidade.
Esta última
visão do Apocalipse oferece conforto aos santos perseguidos pelo dragão
e seus aliados. No sentido que mostra as bênçãos da comunhão com Deus,
podemos fazer uma segunda aplicação à glória do céu, assim ilustrando a
esperança dos discípulos fiéis de todas as épocas. Em ver o galardão dado
àqueles vencedores, achamos motivação para sermos contados entre os
vencedores no Dia Final!
21:1
– Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram,
e o mar já não existe.
Vi
novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram:
A terra e o céu fugiram do trono do Senhor (20:11). Este símbolo mostra o
efeito da justiça e da santidade de Deus em relação ao mundo e a ordem
mundana de governos ímpios e rebeldes. A figura de sacudir, abalar ou destruir
a terra e os corpos celestiais aparece várias vezes nas profecias bíblicas
contra nações. Quando Isaías profetizou o castigo da Babilônia, ele disse
que Deus ia “converter a terra em assolação”
e que “as estrelas e constelações
dos céus não darão a sua luz”. Acrescentou as palavras de Deus:
“Portanto, farei estremecer os céus; e a terra será sacudida do seu lugar”
(Isaías 13:9,10,13). Obviamente o mundo inteiro não foi destruído
no cumprimento desta profecia, mas o mundo dos babilônicos chegou ao fim. O
mesmo profeta falou do castigo de várias nações, e disse: “Eis
que o Senhor vai devastar e
desolar a terra, vai transtornar a sua superfície e lhe dispersar os
moradores”; “A terra será de
tudo quebrantada, ela totalmente se romperá, a terra violentamente se moverá....ela
cairá e jamais se levantará. Naquele dia, o Senhor
castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra”
(Isaías 24:1,19-21). Alguns capítulos depois, falando novamente do castigo das
nações, ele disse: “Todo o exército dos
céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército
cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira” (Isaías
34:4). Pedro diz que o mundo da época de Noé “veio
a perecer” (2 Pedro 3:6; cf. 2:5), não no sentido de uma destruição
total do planeta, mas como maneira de mostrar que a ordem corrupta de sua época
passou. As visões do Apocalipse 20:11 e 21:1 usam as mesmas figuras para
descrever o castigo dos povos rebeldes.
Se o
passar do céu e a terra representa o fim da antiga ordem na qual o diabo e seus
servos dominavam os fiéis e venciam os santos (11:7; 13:7,15; 17:17-18), o novo
céu e nova terra representam a nova ordem em que Jesus e seus adoradores
dominam (11:15-19; 14:9-12; 20:4,6). É nesse sentido que Isaías relatou a
promessa de Deus, olhando para Israel espiritual, o reino messiânico: “Pois
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, jamais haverá memória delas” (Isaías 65:17; cf.
66:22). Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse apresentam a igreja abençoada
na comunhão com o Senhor – os vencedores no tabernáculo estendido por Deus.
E
o mar já não existe: Há duas explicações boas desta frase. A
primeira liga o mar ao contexto imediato, sugerindo que ele pertence à mesma
categoria do céu e terra que passam no mesmo versículo. Assim, seria o mesmo
mar da sociedade humana de onde surgiu a besta (13:1). A segunda identifica o
mar com o mar de vidro (4:6; 15:2). Nesta segunda interpretação, o mar
representa a separação entre Deus e suas criaturas, e seria uma progressão de
separação (4:6) à transição (15:2) à proximidade (21:1). Ambas as
interpretações enfatizam a nova ordem de bênçãos para os fiéis depois do
castigo dos ímpios.
21:2
– Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte
de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
Vi
também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus:
Os profetas do Antigo Testamento usaram a figura de uma nova e perfeita cidade
para representar a bênção da comunhão com Deus depois de um período de
sofrimento. Especificamente, falaram da igreja ou do reino do Messias que viria
depois da purificação do cativeiro. Este tema é especialmente forte em livros
como Ezequiel (capítulos 40-48) e Isaías (capítulos 60-66;
especialmente 65:18-19). Paulo desenvolveu o mesmo tema quando falou de Jerusalém
livre, que vem de cima (Gálatas 4:26-31). O autor de Hebreus, também,
viu a cidade celestial como a igreja já existente no primeiro século: “Mas
tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial...igreja dos primogênitos” (Hebreus 12:22-23). A mesma
linguagem aqui no Apocalipse descreve a igreja do Senhor. Nada no texto
aqui limita essas bênçãos ao futuro (a igreja no céu). Podemos entender a
nova Jerusalém como a igreja já abençoada aqui na terra e, desta maneira, a
interpretação deste trecho se ajusta ao contexto histórico do livro.
Ataviada
como noiva adornada para o seu esposo: A mesma figura que encontramos em
19:7-8 (cf. os comentários na lição 30 e as citações em Efésios 5:25-27 e
2 Coríntios 11:2). Isaías descreveu as bênçãos da salvação em Cristo “como
noiva que se enfeita com as suas jóias” (61:11).
21:3
– Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus
com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo
estará com eles.
Então,
ouvi grande voz vinda do trono: Esta declaração – seja da grande voz
de Jesus (1:10), ou de um anjo (5:2; 7:2; etc.), de um dos quatro seres viventes
(6:1), ou do próprio Pai (21:5) – vem de Deus. A linguagem vem diretamente de
promessas do Velho Testamento sobre a restauração de Israel espiritual pelo
Messias.
Eis
o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos
de Deus, e Deus mesmo estará com eles: As Escrituras estão repletas de
frases como estas, descrevendo a comunhão entre Deus e os santos. Deus queria
uma relação desta qualidade no Velho Testamento: “E
habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus” (Êxodo
29:45). Jerusalém, o lugar escolhido por Deus para a edificação do templo,
passou a representar a habitação de Deus no meio do povo (2 Crônicas 6:2;
Esdras 1:3). Mas, o povo rompeu os laços de comunhão, repetidamente, pelo
pecado (Ezequiel 10:18-19; 11:22-23; Isaías 59:2). Os profetas falaram das bênçãos
guardadas para o povo restaurado. Deus disse:
“O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo” (Ezequiel 37:27; cf. 37:23,28; Zacarias 2:10-11; 8:8;
Jeremias 30:21-22; 31:33). Jesus veio para fazer o seu tabernáculo entre os
homens (João 1:14), e a comunhão se tornou possível pelo sangue dele (Efésios
2:11-18), e pela purificação do povo arrependido (2 Coríntios 6:14-18; cf.
Jeremias 24:7).
21:4
– E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já
não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
A
linguagem deste versículo, quando lida isoladamente, parece descrever o céu.
Certamente esperamos uma circunstância desta qualidade no céu. Mas a aplicação
primária, ainda, deve ser feita à condição abençoada da igreja desde a época
de João. Esta interpretação é apoiada pelas passagens proféticas que usaram
a mesma linguagem para apontarem o reino messiânico.
E
lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não
haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram: O
livramento do povo da opressão foi descrita num cântico por Isaías:
“Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas
de todos os rostos...” (Isaías 25:8; cf. 30:19; 35:10). A volta do
cativeiro traria alegria, expulsando a tristeza do meio do povo (Isaías 51:11).
As boas-novas da salvação no Ungido ia “consolar
todos os que choram” (Isaías 61:2). Esta alegria se tornaria
característica dos novos céus e nova terra (Isaías 65:19-20).
21:5 – E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
E
aquele que está assentado no trono disse: É Deus quem fala, e Deus que
cumpre as promessas aos fiéis. Podemos confiar na fiel e verdadeira palavra do
Senhor.
Eis
que faço novas todas as coisas: A libertação do povo do domínio da
Babilônia foi descrita como uma renovação (Isaías 43:18-19). Num sentido
espiritual, Deus prometeu fazer as novas coisas por meio do seu Servo (Isaías
42:9). Recebemos esta bênção em Cristo:
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).
E
acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras:
Deus salientou a importância desta promessa da renovação, relembrando João
de sua responsabilidade de escrever as palavras ouvidas. São verdadeiras.
21:6
– Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o
Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
Disse-me
ainda: Tudo está feito: Deus sempre cumpre as suas promessas, e anuncia
a obra completa com estas palavras.
Eu
sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim: Deus se apresentou como “o
Alfa e Ômega” no início do livro (1:8) e Jesus se declarou “o
primeiro e o último” (1:17; 2:8). Estas expressões mostram, não
somente a eternidade de Deus, mas a sua capacidade de cumprir a sua palavra, de
terminar o que começa. Ele garante o resultado para o conforto dos santos.
Eu,
a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida: O conforto ou
alívio toma a forma de água para o sedento. Deus é quem dá água aos aflitos
(Isaías 41:17-20). O Servo que restauraria Israel, seria seu Pastor e
conduziria o povo “aos mananciais das águas”
(Isaías 49:8-10). Deus oferece as águas na Nova Aliança (Isaías 55:1-3).
Depois de julgar os inimigos do seu povo, nos dias das bênçãos do evangelho,
sairia “uma fonte da Casa do Senhor”
(Joel 3:18; cf. 2:28; 3:1; Atos 2:16-21).
21:7-8
– O
vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.
8 Quanto, porém, aos covardes, aos
incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos
idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde
com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
Os versículos
7 e 8 apresentam mais um contraste entre os servos do Senhor e os servos do
diabo. O propósito deste contraste é óbvio. Cada um precisa escolher. Ou será
um vencedor com Cristo, ou um perdedor total. A herança é gratuita (Efésios
2:8-9), mas exige um compromisso com o Senhor.
O
vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho:
As promessas feitas aos vencedores nas sete cartas às igrejas são maneiras
diferentes de expressar um único tema: quem for fiel ao Senhor terá a bênção
de comunhão com ele. Leia, de novo, as promessas nos finais das cartas
(2:7,10-11,17,26-28; 3:5,12,21). Recebemos a adoção de filhos e nos tornamos
herdeiros por meio de Jesus (Gálatas 4:4-7). Ele nos trata como primogênitos
(Hebreus 12:23), com o privilégio de sermos herdeiros do próprio Senhor (Efésios
3:6).
Quanto,
porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos
impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que
lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte:
Os ímpios, porém, não compartilham a mesma esperança. Aqueles que têm
vergonha de Jesus, que não acreditam no Senhor ou que desobedecem a vontade
dele não são herdeiros de Deus. A herança deles é o lago de fogo, a segunda
morte.
A
linguagem destes dois versículos nos lembra do apelo final do livro de Isaías,
salientando a diferença entre os vivos na cidade santa e os mortos fora da
cidade (Isaías 66:22,24).
A Descrição da Nova Jerusalém (21:9 - 22:5)
A
visão continua. Novamente, observamos o uso de linguagem figurada. Se este
trecho fosse literal, descreveria uma cidade de 2.200 km de comprimento, largura
e altura!
21:9
– Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos
sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do
Cordeiro;
Então,
veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos
e falou comigo: O anjo faz o que Deus manda. Quando Deus mandou este anjo
anunciar uma praga, ele obedeceu. Agora, ele traz uma mensagem mais agradável.
Ele mostra o resultado da vitória sobre o mal realizada nos capítulos
anteriores.
Vem,
mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro: Ela já apareceu em 19:7 e
21:2. Agora, o anjo mostrará os detalhes da natureza da noiva ou esposa de
Jesus. Já sabemos que a noiva é, também, a cidade santa, Jerusalém lá do
alto. A descrição nos versículos seguintes é da cidade espiritual, da igreja
do Senhor.
21:10 – e me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
E
me transportou, em espírito, até uma grande e elevada montanha e me mostrou a
santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus: João
estava em espírito quando Jesus começou a revelar a sua mensagem (1:10).
Ezequiel foi transportado pelo Espírito de Deus para ver Jerusalém imunda,
cheia das abominações de um povo rebelde e idólatra (Ezequiel 8:3; 11:1).
Esta visão de João é muito melhor. Ele verá Jerusalém pura e santa – a
igreja do Senhor lavada no sangue do Cordeiro! A figura da cidade santa e
perfeita representa o estado abençoado do povo de Deus restaurado no reino
messiânico, uma imagem comum nos profetas do Velho Testamento, como Ezequiel e
Isaías, e empregado aqui para mostrar o povo abençoado depois de suportar os
ataques dos inimigos.
21:11
– a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
A
qual tem a glória de Deus: Nesta frase é resumido o fato mais
importante desta descrição da nova Jerusalém. Ela é linda e perfeita porque
Deus habita nela.
A cidade
mundana tinha a vergonha da meretriz. A cidade santa tem a glória de Deus.
Quando Moisés ergueu o tabernáculo no deserto de Sinai, “a
glória do Senhor encheu o tabernáculo”
(Êxodo 40:34). Quando a arca da aliança foi colocada no templo de
Salomão, “a glória do Senhor
enchera a casa do Senhor”
(1 Reis 8:11). Mas, naquela época, em que homens pecaminosos
representavam o povo diante do Senhor (cf. Hebreus 7:26-28), os sacerdotes não
podiam entrar na casa quando a glória de Deus estava lá (2 Crônicas 7:2). A
chegada do reino de Cristo mudou a circunstância do povo de Deus. Ele trouxe
perdão e santificação, e Deus passou a habitar nos homens fiéis (João
14:15,23). A igreja no Novo Testamento é a casa ou santuário de Deus (1 Timóteo
3:15; 1 Coríntios 3:16-17). O Espírito Santo habita no corpo do discípulo de
Jesus (1 Coríntios 6:10-20).
O
seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe
cristalina: A cidade brilha! Pedras preciosas foram usadas para
representar o povo de Israel nas vestes sacerdotais (Êxodo 39:6-7). Pedras
preciosas foram usadas na construção do templo em Jerusalém (1 Crônicas
29:2; 1 Reis 5:17; 2 Crônicas 3:6). No Novo Testamento, os cristãos são as
pedras preciosas da casa espiritual (1Pedro 2:4-5; 1 Coríntios 3:10-12), pois
refletem a glória do Senhor (2 Coríntios 3:18). Jaspe é uma pedra que se
apresenta em várias cores (cf. comentários sobre 4:3). Jaspe cristalina
sugere, provavelmente, a pedra branca, assim representando a santidade brilhante
da nova Jerusalém.
21:12-14 – Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. 13 Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste. 14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Tinha
grande e alta muralha: As cidades antigas normalmente foram protegidas
por muralhas, que separavam os cidadãos dos seus inimigos. Zacarias, numa visão
de Jerusalém, ouviu Deus dizer: “Pois eu
lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio
dela, a sua glória” (Zacarias 2:5). O muro ao redor do templo, na
visão de Ezequiel, servia “para fazer
separação entre o santo e o profano” (Ezequiel 42:20). Os servos
do Senhor acham refúgio, santificação e proteção em Jesus (Mateus 11:28;
Colossenses 3:3).
Doze
portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são
os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: A cidade representa o povo
aperfeiçoado habitando na presença de Deus, e o número doze se destaca como o
número do povo de Deus. A cidade simbólica nos últimos capítulos de Ezequiel
tinha, também, doze portas representando as doze tribos (Ezequiel 48:30-34).
Três
portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste:
No acampamento dos israelitas no deserto, três tribos ficavam de cada lado do
tabernáculo (Números 2).
A
muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes
dos apóstolos do Cordeiro: Completando a figura do povo redimido, os
doze apóstolos se juntam às doze tribos. Paulo disse que os santos são “edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular” (Efésios 2:20).
21:15 – Aquele que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha.
Aquele
que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas
portas e a sua muralha: Zacarias viu um homem com um cordel para medir
Jerusalém, mostrando a glória de Sião como a menina do olho de Deus (Zacarias
2:1-13). Ezequiel viu a derrota de Gogue seguida por uma visão em que o templo
foi medido antes de Deus voltar para habitar no meio do povo (Ezequiel 40:1 -
42:20). O ato de medir mostra a perfeição do padrão da santidade divina, em
contraste com a impureza do povo antes de ser redimido: “Mostra
à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe das suas iniqüidades;
e meça o modelo. Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram, faze-lhes
saber a planta desta casa e o seu arranjo.... todo o seu limite ao redor será
santíssimo...” (Ezequiel 43:10-12).
Agora, o
anjo que oferece a explicação a João está pronto para medir a cidade e
frisar a diferença entre o santo e o profano.
21:16
– A cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais. E mediu a cidade
com a vara até doze mil estádios. O seu comprimento, largura e altura são
iguais.
A
cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais.... O seu comprimento,
largura e altura são iguais: A cidade quadrangular é um cubo perfeito,
como foi o Santo dos Santos no templo do Antigo Testamento (1 Reis 6:20).
Compare, também, as medidas iguais dos lados do templo em Ezequiel 48:16-17.
E
mediu a cidade com a vara até doze mil estádios: Doze (o número do
povo de Deus) vezes mil (um número completo) simboliza a perfeição do povo de
Deus. Este versículo apresenta um problema para as interpretações literais.
12.000 estádios seria aproximadamente 2.200 quilômetros. Jerusalém literal é
uma cidade na terra da Palestina, uma área de aproximadamente o tamanho de um
oitavo do estado de São Paulo. Mas esta cidade, se entendida literalmente,
teria mais do que a metade da área do Brasil! E esta cidade tem a mesma altura,
ou seja, estenderia-se 2.200 quilômetros para cima! Se fosse literal, a cidade
seria 250 vezes mais alta do que o monte Everest, o pico mais alto do mundo.
Obviamente, este, como outros aspectos da visão, deve ser entendido
figuradamente.
21:17
– Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de
homem, isto é, de anjo.
Mediu
também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados: O texto não
diz se esta medida é da altura ou da espessura da muralha, e realmente não
importa. O ponto não é de uma medida literal de 65 metros, mas do valor simbólico
de doze vezes doze. Tudo nesta cidade mostra a perfeição do povo na presença
de Deus. É uma noiva sem mácula!
Medida
de homem, isto é, de anjo: Uma medida que um homem, João, entendeu
quando o anjo a usou.
21:18-21
– A estrutura da muralha
é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido.
19 Os fundamentos da muralha da
cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro
fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o
quarto, de esmeralda; 20 o
quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo,
de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de
jacinto; e o duodécimo, de ametista. 21
As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola.
A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.
Esta parte
da descrição da nova Jerusalém nos lembra da promessa de Deus de edificar os
muros, as portas e os baluartes de Sião de jóias e pedras preciosas (Isaías
54:11-12). Como Isaías usou essas figuras para descrever as características do
reino messiânico, João emprega linguagem semelhante para falar do mesmo reino.
A
estrutura da muralha é de jaspe: Características da glória de Deus, e
agora, da noiva de Cristo (cf. 4:3; 21:11).
Também
a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido: O elemento mais
destacado no tabernáculo e no templo do Velho Testamento, ouro representa a
preciosidade e a pureza. Mesmo ouro anteriormente utilizado na idolatria passava
pela purificação por fogo e se tornava útil para uso no serviço sagrado
(Josué 6:19; Números 31:22-23). Da mesma maneira, pessoas podem ser
purificadas e se tornarem “ouro” para serem úteis na casa de Deus (2 Timóteo
1:20-22).
Os
fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras
preciosas....: Ele já disse que as pedras da muralha têm os nomes dos
doze apóstolos (21:14). Agora, ele mostra a preciosidade deles na edificação
da igreja, citando nomes de doze das mais valiosas pedras conhecidas na época.
Não vejo proveito em tentativas de atribuir um significado especial a cada
pedra. Estas pedras fazem parte da representação total do povo do Senhor, como
também faziam as doze pedras no peitoral do sacerdote na Antiga Aliança (Êxodo
28:15-21).
As
doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola:
Os pré-milenaristas, que procuram adotar interpretações literais desta descrição
em relação a uma cidade terrestre futura, geralmente dizem que é a mesma
cidade de Isaías 54, citada acima. Mas a cidade de Isaías teria portas de carbúnculos
(Isaías 54:12). Para tratar as duas profecias literalmente, teríamos que
esperar duas cidades fantásticas ainda no futuro – uma com portas de carbúnculos
e outra com portas de pérola? Não devemos nos perder neste tipo de interpretação
literal. A igreja não tem e não terá, literalmente, portas de pérolas
gigantes, nem de carbúnculos. Estas portas fazem parte da figura de uma cidade
perfeita, preciosa e gloriosa, pois ela representa a perfeição da comunhão
dos santos com Deus!
A
praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente: Pureza total e
de uma magnitude que desafia a imaginação. Os recursos de ouro que Salomão
recebia durante seu reinado foram impressionantes (1 Reis 10:14-22), mas não
seriam nada em contraste com uma cidade de 2.200 quilômetros cúbicos feita de
ouro com a praça de ouro! E tudo de ouro puro, límpido como vidro! Como a
santidade se tornou linda aos olhos de João, e deve se tornar igualmente
bonita, perfeita e desejável aos olhos de cada servo do Senhor (Hebreus 12:14;
cf. Salmo 19:7-10).
21:22-24
– Nela, não vi santuário,
porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. 23
A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a
glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada. 24
As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.
Nela,
não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e
o Cordeiro: O santuário do tabernáculo e, depois, do templo, no Velho
Testamento, servia para representar a presença de Deus. Era uma sombra da
comunhão íntima dos santos com o Senhor. Mas o Cordeiro trouxe esta comunhão
íntima. Habitou entre os homens (João 1:14). Prometeu fazer morada nos fiéis
(João 14:23). No Apocalipse, Deus estende sobre os fiéis o seu santuário
(7:15). Ele é o santuário verdadeiro dos seus servos.
A
cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória
de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada: Além de oferecer a
proteção como santuário, Deus é a única fonte de luz, pois ele é luz (1 João
1:5). No universo físico, ele colocou o sol, a lua e as estrelas para alumiar a
terra, mas a luz já existia antes da criação desses luzeiros (Gênesis
1:3,14-19). Isaías usou o mesmo conceito para descrever a bênção da comunhão
no reino messiânico (Isaías 60:1-3,19-20). Jesus afirmou claramente:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário,
terá a luz da vida” (João 8:12).
As
nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória:
Em Isaías 60:3, o profeta olhou para a glória futura do reino de Cristo e
falou que as nações e reis iam encaminhar-se para a luz de Deus. É uma das várias
profecias da salvação dos gentios cumpridas a partir da conversão da família
de Cornélio (Atos 10).
21:25-26
– As suas portas nunca
jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. 26
E lhe trarão a glória e a honra das nações.
As
suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite:
A salvação e a oportunidade de entrar no reino do Senhor são estendidas a
todos. As nações e os reis têm este privilégio de participar do reino eterno
de Cristo. A iluminação constante representa a bênção do perdão que Deus
deu a Israel (Isaías 30:26).
E
lhe trarão a glória e a honra das nações: A entrada dos povos traz glória
para Deus. Isaías 60:11 diz: “As tuas
portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para
que te sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus
reis.” Isaías falou, várias vezes, da glória que as nações
dariam para o Senhor e para o povo fiel (Isaías 45:14; 49:22-23; 60:5,11-14;
61:6).
21:27
– Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica
abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
Nela,
nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação
e mentira: Isaías, 800 anos antes de João ver esta visão, disse da glória
de Sião: “E ali haverá bom caminho,
caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois
será somente para o seu povo...” (Isaías 35:8; 52:1). A igreja é
composta dos santificados; é a nação santa (1 Pedro 2:9).
No Velho
Testamento, pessoas com defeitos físicos foram proibidas de servir como
sacerdotes no santuário (Levítico 21:16-24), prefigurando a pureza espiritual
dos sacerdotes na Nova Aliança, os cristãos santificados que habitam em Deus.
Mas
somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro: Os habitantes da
cidade santa são os santos, as pessoas que pertencem ao Cordeiro.
22:1-2
– Então, me mostrou o rio
da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do
Cordeiro. 2 No meio da sua
praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a
cura dos povos.
Então,
me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal: No Éden, um
rio regava o jardim (Gênesis 2:10) e houve, também, a árvore da vida (Gênesis
3:22). Quando caiu no pecado, o homem perdeu seu acesso a essa árvore. Isaías
profetizou da resposta divina à sede espiritual do povo perdido:
“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se
seca de sede; mas eu, o SENHOR, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os
desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales;
tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais”
(Isaías 41:17-18; 43:20).
Que
sai do trono de Deus e do Cordeiro: Na visão da cidade santa da habitação
de Deus, Ezequiel viu um rio que nascia no templo, com árvores frutíferas de
ambos os lados (Ezequiel 47:1-12). A água que sustenta vem do trono de Deus.
No
meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são
para a cura dos povos: Este versículo é muito parecido com Ezequiel
47:12, frisando a bênção de estar na presença de Deus, na cidade santa,
sustentado e protegido pelo próprio Senhor. O número doze, repetido nestas
figuras, reforça a idéia do povo de Deus que recebe estas bênçãos na presença
dele. Pelo povo dele, Deus oferece, também, cura para os povos. A divulgação
do evangelho pela igreja do Senhor traz cura aos povos corrompidos pelo pecado.
22:3-4 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, 4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
Nunca
mais haverá qualquer maldição: Zacarias falou da salvação de Jerusalém
quando disse: “Habitarão nela, e já não
haverá maldição, e Jerusalém habitará segura” (Zacarias
14:11). A maldição que afligia o homem desde o pecado do primeiro casal no Éden
foi removida pelo sacrifício de Jesus. A cidade santa é abençoada e segura.
Nela,
estará o trono de Deus e do Cordeiro: Olhando para a circunstância abençoada
de Israel restaurada, Jeremias disse: “Naquele
tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do Senhor” (Jeremias 3:17).
Novamente, a figura frisa o ponto mais importante de toda esta imagem de bênção
– a presença de Deus. A cidade santa deriva sua beleza e grandeza, não de
pedras ou ouro ou qualquer outro elemento material, mas da presença de Deus. E
todas as referências a materiais preciosos servem simplesmente como símbolos
do povo abençoado na presença do seu Deus.
Os
seus servos o servirão, contemplarão a sua face: Deus está no trono, e
os servos lhe dão a devida honra. Não há privilégio maior para uma criatura
do que servir na presença imediata do Criador. A proximidade desta comunhão é
destacada pelo acréscimo: “contemplarão a
sua face”. Esta expressão vem de vários textos que frisam a
comunhão dos justos com Deus. “Eu, porém,
na justiça, contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua
semelhança” (Salmo 17:15). “Porque
o Senhor é justo, ele ama a justiça;
os retos lhe contemplarão a face” (Salmo 11:7; cf. 140:13). Esta
frase descreve o tipo de comunhão especial com Deus que Moisés gozava (Números
12:6-8; Deuteronômio 34:10).
E
na sua fronte está o nome dele: O sumo sacerdote tinha na sua mitra uma
lâmina de ouro com as palavras “Santidade
ao Senhor” (Êxodo
28:36-38) que usava para representar o povo diante de Deus. Aqui, o próprio
povo de Deus se apresenta como a propriedade dele. Como já observamos nos
comentários sobre 3:12, o nome gravado representa posse. O povo – a igreja, a
noiva, a cidade santa – pertence a Deus.
22:5
– Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da
luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos
dos séculos.
Então,
já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem de luz do sol,
porque o Senhor Deus brilhará sobre eles: Ele repete o mesmo tema de
21:23-25. A luz venceu. Os cidadãos deste reino já saíram “do
império das trevas” (Colossenses 1:13) para andar na luz (1 João
1:5-7).
E
reinarão pelos séculos dos séculos: A vitória dos fiéis não é
limitada a algum período fixo (veja comentários sobre 20:4,6), pois é eterna.
Daniel viu este mesmo período da vitória do reino de Deus sobre o arrogante
imperador romano, e disse: “Mas os santos
do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de
eternidade em eternidade” (Daniel 7:18; cf. 7:22 e 27).
Conclusão
Nas
cartas às igrejas nos capítulos 2 e 3, Jesus fez uma série de promessas aos
vencedores. Somadas, essas promessas falaram da comunhão com Deus, da bênção
de habitar na presença do Senhor. A descrição da cidade santa, a nova Jerusalém,
reforça todas aquelas promessas. No nosso estudo deste trecho, devemos lembrar
que a ênfase não está em lugar (céu ou terra) nem tempo (passado, presente
ou futuro), mas na pessoa de Deus habitando no meio do seu povo abençoado e
protegido. “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna
no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá” (3:12). “Ao
vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci
e me sentei com meu Pai no seu trono” (3:21). Que consolação!
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